sábado, 26 de outubro de 2013

Escrever quando não há inspiração é um risco demasiado grande a correr, e eu estou com os minutos de coragem insana. Cansada de mim, das minhas interjeições e de todos os conflitos que crio com os outros porque eu não tenho sido eu. Revoltas pequeninas vão tornando a revolta por si própria cada vez maior, e eu não tenho o direito de passá-la para ti. Então não passo. Tal como as matérias todas de história, cheias de tópicos e argumentos, eu poderia dar-te todos do mundo para a decisão de não te passar cada revolta das minhas, mas vou reduzir tudo a apenas uma: tu não irias compreender. Vives num mundo que nem tu conheces porque ler o teu próprio íntimo, no teu ponto de vista, é a maior perda de tempo de sempre. Então não te conto porque não ias perceber. As coisas que surgem eu guardo-as para mim e este sufoco é quase tão grande como não ter alguém do meu lado. Ter uma pessoa com quem eu troco um pouco de carinhos alguns minutos por semana é tudo o que eu dispenso, porque de físico eu pouco preciso... Quero dizer, nesta fase da minha vida, o físico é irrelevante. E o quê que eu estou para aqui a escrever? Que não preciso do que me dás? Estou mas é a endoidecer, ai se eu soubesse a falta que ainda hás-de me fazer... E lá vêm as suposições do costume. Não gosto daquilo em que tenho vivido, mas não quero acabar. Gosto de ti, mas não chega. Gostas de mim, e não vou pedir mais esforços. Talvez não sejamos metades iguais que formam a conexão perfeita... A avó diz que eu sou muito decidida numas coisas, e muito pouco decidida noutras. E as avós têm sempre razão. 

sábado, 19 de outubro de 2013

domingo, 13 de outubro de 2013

ajudem-me nisto, anjos

Dez minutos para escrever um texto em que deveria delimitar tudo aquilo que sinto neste momento é um intervalo de tempo demasiado curto. Quando achas que o sítio para onde vais pode ser acolhedor e onde toda a gente que lá está gosta demasiado de ti para te querer ver a sofrer, acabas por reparar que nada do que tu suponhas é real. Sai tudo do avesso: as pessoas só servem para julgar o que vestes, o que usas, a gordura a mais das tuas coxas e das ancas. A quantidade de tempo que estiveram separados parece irrelevante, e o máximo que as pessoas atingem são as críticas. 'Bora deitá-la a baixo, porque ela merece'. Continuo a achar que se as pessoas soubessem o quanto custa não caber num número desejado de calças, deixassem estas coisas de lado. Acham-se todas demasiado boas para sequer compreenderem o porquê das lágrimas que derramo a cada tecla que carrego. Para mudar é preciso ter força, e para não mudar é preciso ter segurança. Eu queria ter força, e tudo o que eu não tenho é segurança. Mas eu prometo, eu prometo, eu vou mudar. Por mim. Para mostrar a estas almas depenadas que eu valho muito mais do que todos esses números de calças que ainda não visto. Desde de hoje, até sempre.

sábado, 12 de outubro de 2013

chá- a minha poção mágica

A mãe tem perguntado porquê que eu agora só consigo adormecer depois de tomar o meu chá, e eu paraliso. Teria tanto para lhe responder... (É pelo medo do escuro. É porque o chá é o meu calmante, é o que me permite chegar à cama e adormecer. Tranquilizador e calmante, impede de pensar em tudo o que penso todos os dias que são dias.) Mas recuso-me. Para ela eu sou forte, e mesmo que ela saiba que todo o sofrimento paira nos meus olhos, eu sou viva e devo-lhe a felicidade constante. Recuso que todo o ar melancólico que caminho entre ruas repletas de gente- sem alma- entre na minha casa. Sorrir, estender os braços e fazer os outros rir é o melhor a fazer. Aceitar que nem todas as pessoas que entram na nossa vida servem para permanecer, porque grande parte só entra para nos ensinar tudo aquilo que somos... Ou tudo aquilo que não queremos ser. Termino isto dizendo que o fim é no ponto mais longinquo do mundo, mas depende de nós a velocidade média dos nossos passos.  1 km/h haverá sempre de ser diferente de 50 km/h. Chegamos ao mesmo sítio, ao fim, mas com velocidades diferentes. Depende de ti, meu amor, se queres ser o 1, ou o 50.

sábado, 5 de outubro de 2013

suspiros de ilusão prendem-me o respirar

Vícios vão caindo sobre qualquer tipo de alma, e cobrindo o real. O real fora do verdadeiro, porque para ser real não tem de ser verdadeiro e para ser verdadeiro não tem obrigatoriamente de não ser falso. Põe-se acentos em palavras que não os contém, e as pobres coitadas que os possuem... Oh, essas todos as deixamos sem os que as pertencem. O mundo é do avesso, contradições vão apenas surgindo à nossa frente e lidar com elas torna-se nada mais nada menos do que banal. A música continua a inspirar-me mas não me faz chorar, escrever tem sido demasiado teórico e a prática fica para os que têm tempo. Lidar com os problemas dos outros é sempre o meu fascínio, ouvi-los e dar a minha opinião acerca de cada um deles vezes sem conta é aquilo que eu mais gosto de fazer. Com os meus ninguém lida. Não só porque eu não permito, mas também porque ninguém nunca há-de fazer por mim o que eu faço pelos outros. Isto não é de eu ser boa de mais... É só de os outros serem bons de menos. Cada um é dono de si mesmo, e após demasiadas tentativas de ser percetível, pessoas como eu acabam por chegar à conclusão de que viver para nós mesmos é o melhor que temos a fazer. Vamos contando, vamos falando, rimos e sorrimos e o mundo vai bom à nossa volta. O interior está recheado, e a mente vai latejando até ao dia em que explode. Esse vai longe, espero, e tenho feito de tudo para a preservar. A minha pequenina merece ser bem cuidada, e mesmo que os outros tentem destruí-la à força toda, eu tenho de ir protegendo a minha sanidade mental. Sou completamente apaixonada por racionalismo, e apegar-me a alguém a ponto de deixar ser invadida por energias negativas pós-coisa-que-devia-ter-corrido-bem-e-não-correu, faz-me confusão. Fazer os possíveis para que isso não aconteça e manter os meus pés bem assentes na terra tem sido o meu objetivo dos dias em que não tenho de estudar ou pôr a matéria em dia. Ando feliz, concretizada, radiante e só espero que isto dure. Gosto de ti, estou feliz pela estabilidade. Catorze dias para os quatro meses, e não sei como acabar o texto porque não quero que nada acabe.