Por vezes é complicado darmo-nos a perceber às pessoas. Normalmente, poucas vezes nos compreendem perfeitamente e ainda menos são as pessoas que se dão ao trabalho de nos tentar ler. Mas são essas pessoas que marcam a diferença. São elas que nos dão forças para continuar e que nos mostram, de certa forma, que somos percetíveis E eu queria alguém assim ao meu lado. Queria uma pessoa que acordasse e dissesse "Bom dia". Não precisava que acordasse a pensar em mim e adormecesse a pensar em mim. Nada disso. Só queria coisas pequenas. Queria que me ouvisse sem me interromper, que me compreendesse sempre. Mas compreender de verdade, e não de fingir. Queria alguém fiel a mim, fiel a ele e, sobretudo, fiel ao "nós" que íamos construir. Queria uma pessoa normal, mas bonita. Bonita por dentro. Bonita por me conseguir aturar sem se fartar. Bonita. Mas não muito próxima. Ou melhor, próxima mas distante. Eu costumo gostar de coisas difíceis. Então eu queria uma pessoa que me fizesse partir à descoberta do seu ser. Queria uma pessoa pronta a conquistar-me. Mas conquistar à séria. Sem recorrer a palavras bonitas e fortes, sempre com palavras fracas, palavras normais, mas sentidas. E gestos. Muitos gestos. Olhares, toques superficiais, toques. Coisas que acontecessem naturalmente, sem forçar. Um amor diferente. Um amor complicado e duradouro. Algo que demorasse a acontecer, algo que desse trabalho a ambos. Mas um trabalho apetecível, não um trabalho aborrecido. Algo que nos fizesse dar mimos de vez em quando, sendo esse quando- quando nos apetecesse. Não queria uma coisa muito apegada, pelo menos no início, onde ainda estaríamos no início da descoberta. Eu queria algo comprometedor, algo que me fizesse subir às nuvens sem sair da terra. Eu queria uma pessoa que não demonstrasse os sentimentos facilmente, que me fizesse lutar pelo seu coração antes partido, mas que eu ia cuidar com todo o cuidado. E eu ia cuidar do dele, apenas porque ele ia cuidar do meu. Íamos ter os nossos momentos lindos, em que estaríamos abertos um ao outro, e íamos ter as nossas discussões. Mas todas passageiras, todas com uma importância insignificante, mas que nós íamos dar uma importância enorme. E quando nos fôssemos a reconciliar? Bem, aí o meu pequeno mundo voltaria a rodar normalmente, pois essa pessoa teria o comando que faria o meu mundo parar de rodar. Mas ele não ia saber disso, porque eu nunca lhe diria. Ele ia ter de me descobrir, e ia ter de refazer a minha história, linha por linha; traço por traço.
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