Aposto que já nem me conhecem. Aposto que já nada vos recorda as palavras que tão bem eu entrelaçava, embarcando nem eu sei bem por que caminhos, mas que tinham toda a magia do mundo. Escrever, para mim, é uma terapia. Assim como algumas pessoas têm necessidade de passar uma tarde às compras no shopping, eu tenho a necessidade de escrever. Não há nada melhor do que ler um texto meu escrito num momento de máxima melancolia, porque sei que tudo o que foi escrito teve o máximo de sentimento possível. Conheço-me bem mal, sei pouco dos meus limites e ultimamente tem corrido tudo ao contrário. Ando há meses para voltar a ter um ritmo alucinante de escrita e nem sei como me safo nas composições de português... Talvez a inspiração seja uma dádiva e um dom que apenas tenho utilizando em extrema necessidade. Tal como hoje... Necessito disto, de me encontrar em mim algures por aqui e de colocar as ideias no lugar. Lições de vida vão surgindo a um grande ritmo e eu não sei como uni-las todas na minha vida. É tão complicado pôr em prática aquilo que nós idealizamos... É tão complicado explicar aos outros que os problemas que nós julgamos graves não são tão graves assim. Os filmes têm contribuído para o aumento da minha inteligência emocional e eu nem sei muito bem como fazer para que tudo aquilo que me passa pela cabeça se concretize. Não sei como gesticular perante a multidão a minha indignação perante este mundo de lutas e desavenças apenas pelo que nos mata. O para sempre inútil dinheiro. Odeio que se matem por dinheiro, odeio as discussões que o dinheiro causa, odeio as pessoas que não valorizam a família por dinheiro, odeio pessoas obsessivas com dinheiro, odeio problemas de dinheiro, odeio fome, odeio a incapacidade de cura por falta de dinheiro, odeio que tudo custe dinheiro e odeio o dinheiro. Odeio tudo o que vai destruindo, aos poucos, o meu lar e o sítio onde eu fui, sou e serei mais feliz. Tu, Deus, que possivelmente existes, cuida de nós.