segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Aqui deitada e com os sentimentos à flor da pele, sinto que estou preparada para exprimir em palavras a guerra que vai entre o meu coração e a minha mente. Todos os medos que têm aterrorizado as minhas últimas semanas e todo o mundo real que tem vindo a destruir o mundo em que eu vivo. Todo o meu mundo brilhante recheado de fadas, princesas, príncipes e relações perfeitas têm sido abolido por almas longínquas que decidem vir mostrar o nu e cru da vida para os meus lados.
Tentando ser sincera para comigo mesma, declaro que já me tinha apercebido há algum tempo que não existiam pessoas perfeitas, e muito menos homens perfeitos. Mas fui chegando à conclusão de que o ideal é encontrarmos pessoas com as quais consigamos conjugar mentes, passatempos, virtudes e saber aceitar defeitos. O mais importante das relações é o equilíbrio e a cumplicidade. Não propriamente o tentar chegar à perfeição, mas sim o saber lidar com milhares de imperfeições que se apresentam ao longo do tempo; imperfeições essas superadas pelo equilibro e pela cumplicidade. Mas aquilo que tem vindo a custar, é o facto de eu me aperceber que relações dessas são praticamente impossíveis. O equilíbrio de dois seres humanos é complicado de se conseguir, e apenas uma grande luta diária poderá trazer benesses para duas pessoas apaixonadas. Apenas se a chama for acendida diariamente, apenas se houver paixão misturada com amor e com aceitação é que as relações são possíveis. Ultimamente tenho vindo a aperceber-me que nada disso é real, e que nada disso é vulgar. A maioria das pessoas encosta-se à zona de conforto, dá o outro como garantido e a chama vai apagando. A vela vai derretendo e ninguém se apercebe. Parece tudo tão teórico, tão fácil, e custa-me ver que quase ninguém o consegue. Tenho cada vez mais medo de enfrentar o futuro, e de me apaixonar. Sou uma andorinha novinha, nada sei da vida, mas tenho medo de não ter a sorte do meu lado. Sim, porque considero a vida uma sorte. Uma sorte em que todos vivemos apostando, e que vai estando do lado de uns e de outros, tudo muito selecionado, tudo de vez em quando e tudo- habilito-me a dizer- reduzido. Tenho medo de encontrar a tal pessoa e depois deixar que ela me fuja por entre os dedos. Tenho medo de nem sequer a encontrar, que essa pessoa se perca por entre caminhos obscuros. Vivo com medo, mas nem esse medo me impede de jogar a sorte. 

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sou daquele género de pessoas que leva cada símbolo e cada letra ao seu mais ínfimo pormenor. Se é rosa, então significa princesas e delicadeza. Se é negro, então significa escuridão e força. Se é amo-te, então significa proteção, amor, carinho, e misto de milhões de sentimentos. Para mim. Para mim e para toda a gente que não banaliza a segunda palavra mais bonita do vocabulário português (a primeira é, definitivamente, PAZ). Então eu parto do princípio que toda a gente pensa como eu, e esse é o meu maior defeito. Viver na expectativa que toda a gente seja como eu, viva em mundos de fadinhas e unicórnios como eu. A bondade é escassa e pessoas que conhecem significados profundos de palavras cada vez existem me menor quantidade. Não interessa. É um amo-te, e esta palavra não pode ser dita a milhões de pessoas numa vida. Passo a vida a supor e a imaginar o porquê da coisas, e o amor é a maior incógnita da minha mente. Nada faz sentido. Desde as atitudes das pessoas, à mudança de humor, aos sentimentos, à falta deles, às palavras mal ditas e às benditas palavras que nos melhoram o dia- ou até a vida. Tanta coisa boa que nos trás o amor, e em tanta coisa má que se torna! Cada vez me convenço mais de que o perfeito não existe, e que o amor é uma questão de sorte. Mera sorte. Não devemos escolher a pessoa perfeita, mas sim a pessoa cujos defeitos são os que se encaixam nas nossas qualidades e que têm a capacidade de encaixar nossas qualidades em seus defeitos. No entanto, volto à questão da sorte. Porque pela vida, as coisas mudam. As pessoas ganham vícios, modificam as formas de pensar e os defeitos aumentam, e, em caso de azar, tornam-se insuportáveis a ponto de terminar uma relação. Em mim, permanece um medo obscuro de confiar no ser humano do sexo oposto, medo esse que cada dia aumenta, pelo menos, 0,001%. Sei que não é fácil encontrar alguém que nos aceite, nos ame, saiba o que significa a palavra e não a transmita a mil raparigas num ano, nos admire, perceba os nossos dilemas, problemas, mágoas, raivas.... Eu sei, eu sei que não é fácil. Mas os meus amuletos da sorte estão comigo. E Deus também.